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Sou Jennifer Soares,
mulher de 30 anos, nascida e criada na Zona Leste de São Paulo,
lá no Itaim Paulista —
onde a vida pulsa mais forte e a quebrada tem nome, cor e memória.

Fui criança de rua.
Daquelas que fazia da calçada um quintal,
do portão uma arquibancada,
e da bola, boneca ou giz,
um passaporte pra mundos inventados.

Desde cedo soube que minha vida seria na marra.
Nada me veio fácil.
Aprendi a correr atrás sem esperar convite,
a conquistar meu espaço onde nem chão existia.

Hoje sou mãe de um menino que também corre nas calçadas,
com os olhos brilhando como os meus um dia brilharam.
Quero que ele saiba que ser da periferia não é ser menos —
é ser raiz, resistência, revolução diária.

Sou mulher dos palcos.
Do teatro que me salva, me sustenta, me espalha.
Do corpo que dança palavras e grita silêncios.
Do sorriso frouxo que esconde a dor,
mas não disfarça a força.
Do olhar que brilha mesmo depois da lágrima.

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Falo de mim, mas falo de tantas.
Das que me criaram,
das que me acompanham,
das que cruzo no caminho e me reconhecem no olhar.

Porque ser mulher na quebrada é isso:
seguir firme,
mesmo quando o mundo tenta calar nossa alegria.
E eu escolho rir.
Escolho brilhar.
Escolho viver.

"Ser mulher periférica é viver com mil vozes dentro:
a que sonha, a que resiste, a que se cansa, a que recomeça."

© 2025 por Coletivo Corpo Aberto. Todos os direitos reservados

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